sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Mas Eu



Mas eu, em cuja alma se refletem


As forças todas do universo,


Em cuja reflexão emotiva e sacudida


Minuto a minuto, emoção a emoção,


Coisas antagônicas e absurdas se sucedem —


Eu o foco inútil de todas as realidades,


Eu o fantasma nascido de todas as sensações,


Eu o abstrato, eu o projetado no écran,


Eu a mulher legítima e triste do Conjunto


Eu sofro ser eu através disto tudo como ter sede sem ser de água.

P.S.: Escrito por um grande mestre: Fernando Pessoa.

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