terça-feira, 12 de janeiro de 2010

...Descrições...




Deixo a minha vida registrada:
Em papéis envelhecidos.
Não escrevo em prosa ou verso,
Meu estilo é indefinido.
Assim como a caligrafia,
Que a cada linha toma forma.
Cada palavra é um passo dado;
Se às vezes erro, eu apago,
E se passo a limpo a minha história...
Descubro que sou a negação
Das palavras que ousam sair de meus lábios.
E eu não as domo, não as domino.
Elas traçam um perfil inexistente.
O que é a vida se não for emoção?
Nada de domínio, nada de razão.
Sou o que sinto e está secreto.
Ás vezes sou mistério, outras eu me revelo.
Sem discrição, sem decência.
Sou tudo o que não vê.
Tudo o que não percebes...

(Deiga Luane)

Sem som


De todas as formas tentei dizer
Mas as palavras saíram assim
Sem som
De todas as formas tentei te ver
Mas a distância falou mais alto
De todas as formas tentei te esquecer
Mas os olhos nos olhos não nos deixam mentir
De todas as formas tentei me aproximar
Mas eu deixava você ir
De todas as formas tentei afastar
O medo, a solidão.
Mas veio o silêncio
Assim sem voz,
assim sem som.

(Deiga Luane)