sexta-feira, 23 de abril de 2010

Não sei quantas almas tenho (Fernando Pessoa)

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.

De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,


Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.


Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

4 comentários:

  1. Querida amiga Deiga

    Hoje a minha visita é para agradecer.
    Nestes dias que celebro a minha vida,
    tenho certeza de que a mesma
    não teria o brilho de hoje,
    se não fossem os amigos e amigas
    que a tornam valiosa
    mesmo que distantes.

    A ti gostaria de dizer obrigado:
    Obrigado pelas visitas ao meu blog.
    Obrigado pelas palavras semeadas.
    Obrigado por sentir os meus textos
    com os olhos do coração.

    Sou eternamente grato a vida,
    por mais estes presentes
    que de modo gentil
    deixas em minha vida,
    fazendo de mim uma pessoa melhor,
    e pleno de felicidade.

    Lindos dias de vida para ti.

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  2. Ah, nós amamos Florbela e já algo nos une. Achei nessa andança seu blog e passo a segui-lo.

    Beijos

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  3. Olá Deiga

    Cada momento... Uma roupa.
    Cada ambiente... Um perfil.
    Será que somos falsos ou nos adaptamos para sobreviver?

    Minha lei é de adaptação.

    Bjuxxxx e xeroooo

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  4. Bom dia Deiga!

    Sabe que conclusão eu tirei: seu blog é um dos feras de 2010! Por isso convido você a retirar o selinho no BRAILLE DA ALMA. Ele está no canto direito da página.

    Parabéns!

    Bjuxxxx e xerooo

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