quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Nostalgia...



Há tempos que as lembranças são simples retratos na parede da sala de estar,
Que os personagens e figurantes fazem parte de outra história;
Há tempos que as brincadeiras ao redor do pé de manga pertencem ao esquecimento,
As crianças já não são mais as mesmas,
Quando elas crescem, perdem a essência na inquietude de uma vida adulta ou põem-se a sonhar...
Assim como eu...
Há tempos que o meu olhar não tem o mesmo brilho,
Minhas mãos não têm o mesmo vigor
E meus passos se desviaram para um caminho incerto.
Há tempos que me deixo guiar por um Deus supremo,
E somente nele vejo o sentido de minha existência...
Há tempos que reluto em aceitar que o passado passa,
Que o presente não é só um presente
E que o futuro também passa por nós...
Há tempos que os sonhos se renovam, mas a nostalgia me acompanha...
Tenho saudades sim! Não quero simplesmente voltar no tempo...
Quero novamente um coração de criança,
Uma vida sem preocupações,
E somente a responsabilidade do dever de casa...
Quero deitar no colo da minha mãe...
Por um instante esquecer de tudo que existe
E embalada por um amor transcendente,
Quero sonhar com um jardim povoado de anjos...
Quero ver o rosto de minha mãe, linda Flor, entre os seres angelicais;
E entender por que o tempo a roubou de mim...
Quero de novo a família reunida:
Natal, ano-novo e festas...
Comemorar só por estarmos juntos...
Sentarmos em volta de nossos avós,
Olhar para o céu a procura de estrelas
E compartilhar cada detalhe de mais um dia que passou...
Meus incontáveis erros... esses não sei se dá para concertar...
Queria ter errado menos...
E quem sabe encontrar a felicidade nessas pequenas coisas...
De todos os retratos na parede, esses são os mais significantes.
O tempo nos atinge ora como brisa ora como tempestade: por onde passa tudo leva...

(Deiga Luane)



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