Minha casa não é de barro Ela é reflexo do que sou por dentro De tudo que fiz, de tudo que faço, A minha casa é coisa certa Ela não cai com um forte vento Nem com minha desordem particular
Não me abalo, a tudo sobrevivo A monotonia também não é mobília Monotonia é tédio Quero mais é alegria A inconstância é minha arquitetura A vida é minha eterna festa
Passo pela vida como nômade Sem eira nem beira Minha casa não é de areia Ela é única e me pertence É a mais coerente de simetria desigual É móbile sem razão para se mover
Impetuosa distribuo palavras E assim como minha casa Fixo a minha imagem Sem monotonia, sem cópia Agradável? Indecifrável? Não sei o significado dos olhares Não quero julgamentos Espontânea?Original? Pinto minha casa como quero Não pretendo ser normal.
Silêncio, Olhar. O olhar não diz tudo. O silêncio se faz calar. Grite. O silêncio não faz sentido Quando o amor grita no peito. Para no fim reinar O silêncio.